“Claramente, o barroco é fantástico”, disse Gregg Lambert.
Não tinha entendido completamente essa expressão antes de ter realizado o
projeto “Pensar Barroco”. Podemos abordar e interpretar o barroco de duas
maneiras gerais: racionalmente, como um período histórico, ao considerar os
aspetos formais: as margens cronológicas estão definidas e os mestres são
reconhecidos, os princípios de composição e elementos característicos estão
descritos e conservados, poetizados junto com a sociedade e espírito da época.
Ou podemos sentir o barroco como um fenómeno transversal, que pode ocorrer em
qualquer época e que conduz todos os seus temas ao seu extremo: a habilidade, a
ciência, a emoção, a ilusão e a violência. Como um dos artistas participantes,
Miguel Rodrigues, bem observou, na verdade estamos a aproximarmo-nos da era do
hiperbarroco, podemos testemunha-la: manifesta-se na abundancia de informações,
possibilidades e tecnologias, na aceitação de qualquer fealdade e de qualquer
beleza. A sua instalação, especificamente feita para “pensar Barroco” durante a
residência artística na galeria da estação, é uma assemblagem de tubos de
canalização e de plástico deformado: brilham com ouro e atraem com a suavidade
rica do veludo vermelho; será que este é um sublime da nossa modernidade?
Este é um excerto do texto do catálogo da autoria de:
Madina Zingashina, curadora do projeto ART-MAP Braga
2017
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