Capitalismo artístico ou
criativo transestético, que se caracteriza pelo peso crescente dos mercados da sensibilidade e do design
process, por um
trabalho sistemático de
estilização dos bens e dos
lugares comerciais, de
integração generalizada da
arte, do look e do afeto no universo consumista, ao
criar uma paisagem económica mundial caótica estilizando o universo do quotidiano.
Com o capitalismo artístico
combina-se uma forma inédita de economia, de sociedade e de arte na História.
Não há nenhuma sociedade que não se envolva, de uma maneira ou de outra, num
trabalho de estilização ou de “artialização” do mundo, aquilo que singulariza
uma época ou uma sociedade, ao efetuar a humanização e a socialização dos
sentidos e dos gostos.
Esta dimensão antropológica
e trans-histórica da atividade estética aparece sempre em formas e estruturas
sociais extremamente diferentes. Para destacar o que tem de específico a
estilização hipermoderna do mundo, Gilles Lipovetsky e Jean Serroy, adotaram numa
ótica panorâmica, o ponto de vista a longo prazo, esquematizando ao extremo as
lógicas constitutivas dos grandes modelos históricos da relação da arte com o
social. A este respeito, destacam quatro grandes modelos “puros” que
organizaram, ao longo da História, o processo imemorial de estilização do
mundo: a artialização do ritual, a estetização aristocrática, a estetização
moderna do mundo e a idade transestética.
Sem comentários:
Enviar um comentário