A ideia comum sobre o barroco é que é um tema irregular,
obsoleto, exagerado e necessariamente realengo, afiliado à inquisição, alinhado
com a escravidão e o colonialismo. E aqui eu gostaria de refletir um pouco.
Algures no final do Renascimento, no mundo ocidental, começa a democratização
da arte e o barroco, paradoxalmente, contribuiu para este processo. Resultando
da intenção reacionária de reafirmação do poder da igreja e da monarquia, o
conceito barroco, usando ouro, ilusão, escultura e decoração, procura comunicar
com o gosto popular. Assim foram levadas ao máximo impacto e escala todas as
formas de arte, da arquitetura à música, para patentear a magnificência do
reino celestial, resultando na confirmação da beleza e do prazer da existência
terrena, acabando enfim com os restos do ascetismo gótico. Pretendendo transmitir
uma mensagem à população analfabeta, o barroco difundiu conhecimento e
iluminismo; inspirado pela ciência e pelas descobertas do mundo, o barroco
pronunciou a modernidade.
Este é um excerto do texto do catálogo da autoria de:
Madina Zingashina, curadora do projeto ART-MAP Braga
2017
1 comentário:
Boa noite
Sabe dizer-me se o painel de azulejos em relevo que está no exterior do Hotel Presidente em Luanda também é da autoria do escultor Manuel Pereira da Silva?
Muito obrigada
Ofélia
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