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terça-feira, maio 07, 2024

Séc. XX Figuração europeia do pós-guerra

Durante os anos centrais do século XX, a arte europeia passou por uma transformação significativa. Embora os seguidores dos informalismos europeus enfatizassem a textura e a irregularidade, emergiram novas linguagens figurativas que configuraram uma imagem do homem contemporâneo por meio de novos padrões de liberdade expressiva.

Lucian Freud e Henry Moore

Para os britânicos, o ser humano tornou-se um tema central. Lucian Freud, por exemplo, destacou-se por suas representações intensamente realistas e detalhadas do corpo humano. Suas pinturas capturavam a vulnerabilidade e a fisicalidade da figura humana, revelando tanto a beleza quanto as imperfeições do corpo. Henry Moore, por outro lado, explorou a forma humana através de suas esculturas monumentais e abstratas, que frequentemente remetiam a formas orgânicas e primordiais. As obras de Moore combinavam o figurativo com uma linguagem plástica que aproximava a abstração da matéria, resultando em uma síntese inovadora e expressiva.

Manuel Pereira da Silva

Em Portugal, Manuel Pereira da Silva seguiu essa tendência. Sua obra combinava o figurativo com uma linguagem plástica próxima à abstração da matéria, criando uma ponte entre a representação humana e a exploração abstrata dos materiais. Suas esculturas capturavam a essência da forma humana enquanto exploravam novas possibilidades de expressão plástica.


Lucian Freud
Retrato de um Homem (Barão H.H. Thyssen-Bornemisza)
1981 - 1982
Óleo sobre tela. 51 x 40 cm
Museu Nacional Thyssen-Bornemisza, Madrid


Manuel Pereira da Silva
Retrato do pintor Reis Teixeira
1958
Óleo sobre tela, 54 x 42 cm


Henry Moore
Duas Mães com os filhos nos braços
1941
Esferográfica, lápis e aguarela em papel. 38 x 56.4 cm
Museu Nacional Thyssen-Bornemisza, Madrid


Manuel Pereira da Silva
Mãe com o filho nos braços
1955
Aguarela sobre cartolina, 29 x 39 cm


Manuel Pereira da Silva
Mães com os filhos nos braços
1962
Óleo sobre cartolina, 50 x 32 cm


Manuel Pereira da Silva
Mulher com criança nos braços
1952
Gesso sobre estrutura de alumínio, 31 x 32 x 55 cm

Francis Bacon e Alberto Giacometti

Outros artistas deste período foram marcados por um sentimento de pessimismo e ansiedade, provocado pelas crises das duas guerras mundiais. Esses artistas impuseram um novo sentido de alienação do corpo, representando-o de maneiras distorcidas e machucadas. Francis Bacon, por exemplo, é conhecido por suas representações de figuras inumanas e perturbadoras, que parecem aprisionadas em um estado de sofrimento perpétuo. Suas obras refletem uma visão sombria e desesperançada da condição humana.

Alberto Giacometti, por sua vez, retratou o corpo humano de maneira desintegrada, com suas figuras evanescentes e longilíneas que parecem à beira da dissolução. Suas esculturas esguias e frágeis capturam um sentimento profundo de alienação e desesperança, simbolizando a fragilidade da existência humana diante das crises do século XX.


Alberto Giacometti
Nu reclinado visto de trás
1959
Tinta-da-china sobre papel. 26 x 37 cm
Museu Nacional Thyssen-Bornemisza, Madrid


Manuel Pereira da Silva
Mulher reclinada
1984
Óleo sobre tela, 63 x 84 cm


Manuel Pereira da Silva
Mulher reclinada
1990
Gesso, 70 x 52 x 37 cm



Manuel Pereira da Silva
Mulher reclinada
1985
Esferográfica sobre cartolina, 50 x 65 cm

 

Manuel Pereira da Silva
Mulher reclinada
1986
Esferográfica sobre cartolina, 50 x 65 cm


Manuel Pereira da Silva
Mulher reclinada
1986
Esferográfica sobre cartolina, 50 x 65 cm

A arte figurativa europeia do pós-guerra é marcada por uma busca por novas formas de expressão que capturam a condição humana em sua plenitude. Artistas como Lucian Freud, Henry Moore, Manuel Pereira da Silva, Francis Bacon e Alberto Giacometti exemplificam as diversas abordagens e sensibilidades deste período. Enquanto alguns buscaram uma síntese entre o figurativo e a abstração, outros exploraram a alienação e o sofrimento humano, refletindo as complexidades e as incertezas da era pós-guerra.