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domingo, abril 15, 2018

Hiperbarroco


“Claramente, o barroco é fantástico”, disse Gregg Lambert. Não tinha entendido completamente essa expressão antes de ter realizado o projeto “Pensar Barroco”. Podemos abordar e interpretar o barroco de duas maneiras gerais: racionalmente, como um período histórico, ao considerar os aspetos formais: as margens cronológicas estão definidas e os mestres são reconhecidos, os princípios de composição e elementos característicos estão descritos e conservados, poetizados junto com a sociedade e espírito da época. Ou podemos sentir o barroco como um fenómeno transversal, que pode ocorrer em qualquer época e que conduz todos os seus temas ao seu extremo: a habilidade, a ciência, a emoção, a ilusão e a violência. Como um dos artistas participantes, Miguel Rodrigues, bem observou, na verdade estamos a aproximarmo-nos da era do hiperbarroco, podemos testemunha-la: manifesta-se na abundancia de informações, possibilidades e tecnologias, na aceitação de qualquer fealdade e de qualquer beleza. A sua instalação, especificamente feita para “pensar Barroco” durante a residência artística na galeria da estação, é uma assemblagem de tubos de canalização e de plástico deformado: brilham com ouro e atraem com a suavidade rica do veludo vermelho; será que este é um sublime da nossa modernidade?

Este é um excerto do texto do catálogo da autoria de:
Madina Zingashina, curadora do projeto ART-MAP Braga 2017

sexta-feira, abril 13, 2018

O barroco pronunciou a modernidade


A ideia comum sobre o barroco é que é um tema irregular, obsoleto, exagerado e necessariamente realengo, afiliado à inquisição, alinhado com a escravidão e o colonialismo. E aqui eu gostaria de refletir um pouco. Algures no final do Renascimento, no mundo ocidental, começa a democratização da arte e o barroco, paradoxalmente, contribuiu para este processo. Resultando da intenção reacionária de reafirmação do poder da igreja e da monarquia, o conceito barroco, usando ouro, ilusão, escultura e decoração, procura comunicar com o gosto popular. Assim foram levadas ao máximo impacto e escala todas as formas de arte, da arquitetura à música, para patentear a magnificência do reino celestial, resultando na confirmação da beleza e do prazer da existência terrena, acabando enfim com os restos do ascetismo gótico. Pretendendo transmitir uma mensagem à população analfabeta, o barroco difundiu conhecimento e iluminismo; inspirado pela ciência e pelas descobertas do mundo, o barroco pronunciou a modernidade.

Este é um excerto do texto do catálogo da autoria de:
Madina Zingashina, curadora do projeto ART-MAP Braga 2017

domingo, abril 08, 2018

“Pensar Barroco”


A obra de arte geralmente obtém o seu título depois de estar completa ou durante a sua criação, mas a exposição começa com um título. O título é o conteúdo, a cor e o rumo de toda a produção futura; o título é o que define significativamente o sucesso da exposição. O tema do barroco pode parecer uma escolha instantânea para Braga, embora, do ponto de vista da curadoria, não tenha sido uma escolha assim tão fácil. Anunciando o “Pensar Barroco como um call for artists aberto, senti-me como afazer apostas, estava entusiasmada. No “Pensar Barroco” falta “o”; o que eu pretendia era evocar o modo barroco de pensar. Nem tinha a certeza de qual a reação dos artistas: será que este desafio inspirará algumas propostas excecionais ou meramente atrairá repetições dos elementos decorativos do que é chamado o “estilo barroco” ou maneirismo? Venci. As obras artísticas apresentadas para a exposição têm notavelmente pouco a ver com recordações históricas, seja nas narrativas ou na solução técnica; são obras contemporâneas; mas têm o espírito barroco. Há, pois, tantas maneiras de pensar barroco; a aglomeração desta intenção artística em Braga tem o seu próprio charme, sentido e choque. O choque resulta da redução habitual do barroco às suas características decorativas. A arquitetura da cidade reivindica os seus direitos históricos completos de herança barroca autêntica; a introdução de novas interpretações, na forma de obras de arte, descongela as margens da perceção habitual e promete uma continuidade para a grande tradição. A herança barroca, merecendo, serve aqui como uma ponte estética entre o arcaico e a modernidade: as pedras tomam as formas vitais e dançam, o metal canta, o ouro brilha, não é possível competir neste domínio com os mestres antigos. Mas é possível dialogar.   

Este é um excerto do texto do catálogo da autoria de:
Madina Zingashina, curadora do projeto ART-MAP Braga 2017

sexta-feira, abril 06, 2018

Madina Zingashina


São quase só as cidades antigas, crescidas sem um plano premeditado, que oferecem um tal conteúdo à forma estética: aqui, formas que nasceram de finalidades humanas e que aparecem como simples materializações do espírito e da vontade representam pela sua conjugação um valor que está inteiramente para além destas intenções e lhes vem crescer como um opus supererogationis (…) e que distâncias entre as épocas, os estilos, as personalidades, os conteúdos vitais, que aqui deixaram as suas marcas são tão amplas como em nenhum outro sítio no mundo e, no entanto, estão entretecidos numa unidade, harmonia e afinidade…

Ditas por Georg Simmel sobre Roma, as mesmas palavras poderiam também descrever Braga. Este historiador da arte permaneceu bastante afastado das discussões que a crítica artística do século XX montou sobre a legitimidade da obra de arte, a morte da arte e da demanda da beleza. Simmel produziu uma resposta simples ao complexo labirinto das questões relativamente ao “o que é arte?” A arte, tal como a beleza é, segundo este filosofo, um privilégio que reside na capacidade de distinguir, ver as relações e fazer sentido para a mente, na multiplicidade de objetos, factos ou fenómenos. Simmel, provavelmente um devoto de escola romântica, também observou que os objetos da natureza contêm sempre um potencial estético: a harmonia ou contraste da totalidade das partes ou dos elementos revelam a beleza imediata, enquanto a harmonia, como tal, não existe nas criações humanas e apenas o tempo pode lhes proporcionar uma completude estética. Em Braga, esta afirmação nem sequer necessita de demonstração, está explicita e é impressionante.

Esta antiga cidade portuguesa, com milhares de anos de história, cujas relíquias e cicatrizes se manifestam na sua face através da arqueologia e da arquitetura, está viva, alegre e jovem no seu espírito. Demograficamente é a cidade mais jovem de Portugal, Braga lembra, convoca e festeja, ao longo do ano, todas as suas épocas, da romana à moderna. Enquanto a comemoração do passado é construída na memória e no arquivo, onde todas as temporadas, estilos e símbolos anteriores são mutuamente pacificados sob o guarda-chuva do património, o presente ainda não está acamado, desenrola-se cheio de controvérsia. Embora não existam tensões entre os estilos romano, gótico, barroco ou manuelino, que frequentemente se encontram compostos um sobre o outro (o tempo é o artista perfeito ergue, esquece e mistura), a página da arte contemporânea está aberta, o discurso constrói-se pela celebração da sua diferença em relação às épocas passadas.

Este é um excerto do texto do catálogo da autoria de:
Madina Zingashina, curadora do projeto ART-MAP Braga 2017

quarta-feira, abril 04, 2018

Catálogo da ART-MAP Braga 2017



É no verão de quente e promissor de 2017 que o ART-MAP invade a cidade bimilenária e ganha asas na sua peculiar e criativa maneira de contar a história e relembrar através de um ambicioso projeto de artes plásticas e visuais um dos períodos mais áureos – O BARROCO. Depois do desafio lançado pela curadora Madina Ziganshina, a Câmara Municipal de Braga não podia deixar de se associar e trazer a Braga, uma manifestação maior e em espaços tão caros aos nossos munícipes e aos públicos visitantes, obras e artistas que, não obstante de serem tão diferentes nas suas experiências de vida e formas de expressão, se aproximaram, pela procura comum de PENSAR BARROCO.

O que subjaz a esta iniciativa foi um acontecimento único o qual me apraz registar como a inesperada abordagem à relação entre a história e a arte. Entre nomes suficientemente conhecidos e artistas emergentes o resultado foi, não só, a atração dos mais diretamente interessados neste género especifico de intervenção artística como o público em geral, que entrou pela primeira vez em alguns destes espaços, contactando com novas conceções artísticas e inovadoras perspetivas. Foi com audácia e vontade que se aceitou mais um desafio que teve como pretensões a valorização da arte contemporânea, a preservação e conhecimento da história e dos monumentos e a promoção cultural e turística do novo território.

Este é um excerto do texto do catálogo da autoria de:
Lídia Dias, Vereadora da Cultura

sexta-feira, agosto 04, 2017

Galeria da Estação


Galeria da Estação


A galeria da estação é na verdade um enorme complexo, recentemente reconstruído, composto por 3 espaços de galeria com uma entrada separada cada, no piso térreo e uma série de salas brancas no primeiro andar.


O edifício está preparado para mostrar arte, tem sistemas suspensos nas galerias, luz, tetos altos, stands. Os 8 quartos do primeiro andar são menores e são perfeitos para instalações, instalações sonoras ou projetos privados. Este estabelecimento oferece tudo para experimentação.



quinta-feira, agosto 03, 2017

Museu da Imagem


Museu da Imagem


Este museu é especializado em fotografia e tudo conectado com imagem. É bem conhecido por ter uma agenda densa, localização central e qualidade das condições de exposição. O museu oferece 3 amplas salas de exposição com decoração rústica e sistema profissional de luz e suspensão. Vídeo Sala de projeção pode ser fornecida.

terça-feira, agosto 01, 2017

Largo do Paço


Largo do Paço

O Largo do Paço, situado no centro histórico de Braga, é constituído por um conjunto de edifícios que foram a antiga residência dos Arcebispos, conhecida como Paço Episcopal Bracarense.

O Largo do Paço é constituído por quatro edifícios, onde atualmente se situa o Salão Nobre da Universidade do Minho, a Biblioteca Pública de Braga e o Arquivo Municipal.

sábado, julho 29, 2017

Casa dos Crivos


Casa dos Crivos


Este edifício patrimonial do século XVI é surpreendentemente preservado e tem uma função de galeria de arte no coração de Braga.


Pequeno do lado de fora, dentro de si tem 3 andares de amplos espaços de exposições: paredes brancas e pisos brilhantes de madeira, com todas as condições necessárias para mostrar qualquer tipo de trabalhos iniciais, desde pinturas até instalações. 


A luz está bem desenhada, há uma sala de projeção.




sexta-feira, julho 28, 2017

Edifício do Castelo


Edifício do Castelo


Bem no centro de Braga encontra-se um edifício que, se não está abandonado, poucas pessoas saberão quem lá se encontra e os serviços que lá funcionam. Refiro-me ao edifício da antiga Escola Comercial de Braga, que ocupa uma grande parte da rua do Castelo.

A Infraestruturas de Portugal é dona de cerca de um terço deste edifício do início do século XX da autoria do arquiteto José Marques da Silva. Desde há alguns meses que o município e a Universidade do Minho, que é dona dos outros dois terços deste prédio, vêm negociando uma solução que permita a transferência da propriedade para a câmara. A intenção é viabilizar um projeto de reabilitação daquele espaço, ainda que não esteja ainda definida a modalidade desse acordo nem o uso futuro do equipamento.

quinta-feira, julho 27, 2017

Livraria Centésima Página


Livraria 100.ª Página


Este lugar é feito para descansar e relaxar com bons livros e deliciosos bolos. A livraria ocupa todos os edifícios, com café no andar de baixo e várias galerias criativas no andar de cima. Cada canto desta loja é arte; existem condições para mostrar pinturas, gráficos, livros de artistas, esculturas.


 Há também um jardim protegido anexado ao edifício, onde ocorrem shows e apresentações de verão.


quarta-feira, julho 26, 2017

Agenda Cultural de Braga

O Palácio do Raio, exemplo exclusivo de arquitetura barroca é aconselhado por todos os guias de viagem. Está disponível para mostrar esculturas, instalações ou projeções de vídeo, etc. Existem vários quartos disponíveis para obras de arte e um terraço.


Palácio do Raio


Manuel Pereira da Silva
Adamastor, 1995
Gesso sobre estrutura de alumínio
35cmx63cmx27cm 


Manuel Pereira da Silva
Homem e Mulher, 1978
Gesso sobre estrutura de alumínio
40cmx110cmx30cm


Manuel Pereira da Silva
Sem Título, 1962
Gesso sobre estrutura de alumínio
34cmx130cmx28cm 





"Esculturas de Manuel Pereira da Silva, em estilo minimalista, que explora o mesmo território que o famoso Miró."


terça-feira, julho 25, 2017

Art-Map


Termas Romanas do Alto da Cividade

Depois de ter passado por Aveiro e Ponte de Lima o ‘Art-Map’ chega agora a Braga. Para esta terceira edição, este projeto de arte nacional lançou um desafio aos artistas participantes para que, a partir de uma visão mais contemporânea, retratassem o barroco, um estilo fortemente vincado na cidade de Braga.

Madina Ziganshina, responsável pela curadoria deste Festival-Roteiro de Artes, referiu na inauguração da mostra na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, que este roteiro estava inicialmente pensado para integrar 50 expositores mas, dado o grande volume de artistas a concorrer e ao aumento dos espaços disponíveis para acolher estas obras, foi possível elevar o número para 80, correspondendo a 270 obras distintas.


A curadora mostrou-se particularmente “feliz” por trazer este roteiro à cidade de Braga, “uma das cidades mais bonitas de Portugal”.

segunda-feira, julho 24, 2017

Caminhada pela ART-MAP


O circuito inaugural do evento decorreu este sábado, dia 22 de julho, pelas 15h00, tendo início na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva. O circuito percorreu os seguintes locais: 15h30 nas Termas Romanas do Alto da Cividade; 16h00 no Palácio do Raio; 16h30 na Livraria 100.ª Página; 17h00 na Galeria Privada Mestre Alberto Vieira; 17h30 na Casa dos Crivos; 18h00 no Edifício do Castelo/Rua do Castelo; 18h30 no Museu da Imagem e 19h00 na Galeria da Antiga Estação CP.


domingo, julho 23, 2017

Cerimonia de inauguração da ART-MAP de Braga

Cerimonia de inauguração da ART-MAP de Braga na Biblioteca Lúcio Craveiro.

Art-Map “Pensar Barroco” é um projeto artístico que visa mapear Portugal com arte. O projeto organiza anualmente exposições de arte contemporânea de grande escala em diferentes cidades, convidando artistas portugueses e estrangeiros, conhecidos e emergentes, para fascinar-se com a autenticidade das localidades, viver a história e expor nas melhores galerias.

Este ano, de 22 de julho a 9 de setembro, o Art-Map apresenta-se em Braga com 270 obras em nove edifícios históricos da cidade: pinturas, esculturas, instalações, fotografia e vídeo arte, arte sonora e livros de artistas. O evento inclui também várias residências artísticas, conferências com os artistas, workshops, uma performance do duo teatral espanhol Balázs Várnai e Mercé de Rande e um concerto do lendário Homem do Trigo.

Os 80 artistas participantes foram selecionados a partir de 311 propostas recebidas para expor em Braga e são representantes de 21 países, incluindo, além da UE, Israel, Índia, Dubai, EUA, Cuba, Canadá, Brasil e Costa Rica. Entre eles, estão artistas portugueses como Alberto Vieira, Carlos Araújo, Carlos Teixeira, Costa Araújo, Patrícia Ferreira e Manuel Pereira da Silva.

“Pensar Barroco” foi o desafio proposto aos artistas para revitalizar nas suas criações os motivos do barroco, estudando o estilo e os seus conceitos e como se pode manifestar na contemporaneidade.
Este Festival-Roteiro das Artes convida os visitantes a orientarem-se pelo mapa e, num dia, visitar os nove espaços no centro da cidade, usufruindo da exposição da arte contemporânea organizada com curadoria de Madina Ziganshina.

quarta-feira, julho 19, 2017

Palácio do Raio em Braga


Esculturas de Manuel Pereira da Silva expostas no hall da entrada no Palácio do Raio em Braga.



segunda-feira, julho 17, 2017

Convite para a inauguração da ART-MAP em Braga

Tenho o prazer de convidar todos os apreciadores da obra de Manuel Pereira da Silva para a festa de inauguração, que terá lugar no dia 22 de julho, pelas 15h00m, com início na sala de exposições da Livraria Lúcio Craveiro, a cerimónia visitará todos os eventos da exposição.


segunda-feira, julho 03, 2017

'Exibição de arte Internacional "pensando o Barroco" em Braga

Quatro esculturas de Manuel Pereira da Silva foram selecionadas para participar na 'Exibição de arte Internacional "pensando o Barroco" em Braga verão de 2017' que decorrerá de 21 de julho a 9 de setembro, organizada pela ART-MAP e pela Câmara Municipal de Braga. O evento vai ocorrer no Palácio do Raio (Galeria da Misericórdia), Museu da Imagem, Galeria da Estação, INATEL, Centésima Página, Livraria Lúcio Craveiro e a Galeria do Mestre Alberto Vieira. Nestes edifícios históricos testemunhos do barroco Português vão receber agora arte contemporânea.


Este ano o projeto ART-MAP recebe 311 propostas com cerca de 820 trabalhos artísticos de 65 artistas que foram selecionados para a exibição ou para intervenções/conferências.

O evento conta com a colaboração de parceiros institucionais:
INATEL de Braga
FLUP (Faculdade de Letras de Universidade do Porto)
23 Miles – projeto de transformação cultural da municipalidade de Ílhavo
Escola de Jazz de Braga
Galeria do Mestre Alberto Vieira