quinta-feira, agosto 30, 2018

P55 Leiloeira


Manuel Pereira da Silva
Sem Título, 1962
Caneta de feltro em papel
Dim 33 x 22,5 cm

quarta-feira, agosto 29, 2018

P55 – Second Hand Luxury


Manuel Pereira da Silva
Pessoas, 1984
Óleo sobre tela
Dim 85 x 115 cm

domingo, agosto 26, 2018

sábado, agosto 25, 2018

Galerias da Vandoma – Leiloeira de Arte


Manuel Pereira da Silva
Homem e Mulher, 1993
Óleo sobre tela
83cm x 59cm

sexta-feira, agosto 24, 2018

Galerias da Vandoma



Manuel Pereira da Silva
Mulher, 1997 
Gesso em estrutura de alumínio
35cmx60cmx37cm

quinta-feira, agosto 23, 2018

Galeria da Vandoma - Comércio de Antiguidades e Leilões no Porto


Manuel Pereira da Silva
Mulher, 1995
Gesso em estrutura de alumínio
54cm x 68cm x 41cm

terça-feira, agosto 21, 2018

Miguel Duarte, Diretor do Museu Nogueira da Silva / UM


A abertura do conceito ART-MAP (Moving Curatorial Project) a propostas diversificadas permite-nos um conjunto de incomensurável de relações. Das formas ou disciplinas artísticas, ao tema e ao motivo, da técnica ao suporte, da experiência do autor à proposta de curadoria e organização do espaço expositivo, da intenção da organização ao carácter dos apoios, da escolha dos espaços aos visitantes fruidores é possível agrupar experiências e fenómenos cuja significação orienta para um “pensar/ser barroco”. Neste caso, a génese do projeto persegue um carácter dinâmico, de movimento e fluidez, que vai ao encontro do tema escolhido para a edição. A estratégia de abordagem aos diversos espaços confere um carácter narrativo espacial propondo uma imersão e uma vivência que colapsa diferentes dimensões temporais, novas e antigas formas.  

Porém, deve entender-se àquilo que efetivamente anima a experiência. Isto é, a possibilidade de uma forma barroca de pensamento e desse movimento resultarem obras que o ilustram. Nesse campo, tal como a primeira abordagem intuitiva, ilustrar refere-se à apropriação formalista de um conjunto de signos generalizados pelo consumo das obras de arte e pela sua popularização. Com efeito, este conceito de ilustração é a materialização de conhecimentos e saberes. Se alguns exemplos podem facilmente ser notados entre as obras presentes, outros lhe escapam por vontade do artista em ignorar este sentido de resposta ou de procurar uma construção racional sobre o tema. Assim, tanto é possível encontrar referências visuais explicitas – a volumetria do entalhado, o padrão azulejar, a tensão de um rosto, uma perspetiva infinita – como outras menos imediatas no domínio da expressão das emoções idiossincráticas, da perturbação do espírito do artista.

Este evento ART-MAP atua (muito dentro do espírito) como uma provocação, construindo uma manifestação coletiva que nos permite, a partir de hoje e apesar da proximidade, uma análise mais objetiva do fenómeno. O seu largo espetro temático, embora menos útil para um estudo mais definido, amplia a multiplicidade dos pontos de vista de acordo com a interação narrativa que se consiga estabelecer com as obras. Neste sentido, fugindo sempre ao imediato e mais normativo, conformador, deve procurar-se todos os trabalhos que não possuam uma referência explicita ao passado. Ou seja, todos aqueles que por força de uma expressão contemporânea, no espírito do tempo, remetem de maneira análoga a um tipo, comum, coerente, constante. Um análogo que é uma qualidade, não necessariamente formal e concreta, expressa pela atitude. Um tipo que apesar de intersubjetivo é claramente animado pelas experiências de cada individuo.

Este é um excerto do texto do catálogo da autoria de:
Miguel Duarte, Diretor do Museu Nogueira da Silva / UM

segunda-feira, agosto 20, 2018

As obras de arte selecionadas refletem o barroco


Uma das razões para unir estas diversas obras de arte é celebrar a liberdade expressão e a beleza da intenção artística, que tenta, ao nível simbólico, elaborar linguagens originais, exprimir a veracidade que qualquer um pode sentir, mas não se aperceber. O poder da metáfora permite o alargamento dos enquadramentos formais: mesmo a peça minimalista pode ser barroca, se for concebida com uma intenção holística, como Round de Sharon Peterz. O objeto maciço levita, devido ao sistema sofisticado de cabos de aço; de repente, a complexidade e a elegância da solução desta suspensão dominam a sua carga conceptual, o absurdo dessa perfeição entrega a obra ao barroco. A mulher bonita está gritando sem produzir qualquer som, El Medo de Sandra Jaume, exposta na sala cheia de sol, torna o ar sólido e faz as partículas parar na expectativa do grito; a “obra total” domina o espaço, o barroco está presente. Os livros artísticos de Maria X. Fernandez, definitivamente, refletem o barroco: as páginas enroladas e dobradas de maneira elaborada, são intangíveis para o leitor, seja qual for o conhecimento contido dentro, os livros seduzem com o erotismo visual das suas formas e evocam um desejo nostálgico do barroco.
Este é um excerto do texto do catálogo da autoria de:
Madina Zingashina, curadora do projeto ART-MAP Braga 2017

domingo, abril 15, 2018

Hiperbarroco


“Claramente, o barroco é fantástico”, disse Gregg Lambert. Não tinha entendido completamente essa expressão antes de ter realizado o projeto “Pensar Barroco”. Podemos abordar e interpretar o barroco de duas maneiras gerais: racionalmente, como um período histórico, ao considerar os aspetos formais: as margens cronológicas estão definidas e os mestres são reconhecidos, os princípios de composição e elementos característicos estão descritos e conservados, poetizados junto com a sociedade e espírito da época. Ou podemos sentir o barroco como um fenómeno transversal, que pode ocorrer em qualquer época e que conduz todos os seus temas ao seu extremo: a habilidade, a ciência, a emoção, a ilusão e a violência. Como um dos artistas participantes, Miguel Rodrigues, bem observou, na verdade estamos a aproximarmo-nos da era do hiperbarroco, podemos testemunha-la: manifesta-se na abundancia de informações, possibilidades e tecnologias, na aceitação de qualquer fealdade e de qualquer beleza. A sua instalação, especificamente feita para “pensar Barroco” durante a residência artística na galeria da estação, é uma assemblagem de tubos de canalização e de plástico deformado: brilham com ouro e atraem com a suavidade rica do veludo vermelho; será que este é um sublime da nossa modernidade?

Este é um excerto do texto do catálogo da autoria de:
Madina Zingashina, curadora do projeto ART-MAP Braga 2017

sexta-feira, abril 13, 2018

O barroco pronunciou a modernidade


A ideia comum sobre o barroco é que é um tema irregular, obsoleto, exagerado e necessariamente realengo, afiliado à inquisição, alinhado com a escravidão e o colonialismo. E aqui eu gostaria de refletir um pouco. Algures no final do Renascimento, no mundo ocidental, começa a democratização da arte e o barroco, paradoxalmente, contribuiu para este processo. Resultando da intenção reacionária de reafirmação do poder da igreja e da monarquia, o conceito barroco, usando ouro, ilusão, escultura e decoração, procura comunicar com o gosto popular. Assim foram levadas ao máximo impacto e escala todas as formas de arte, da arquitetura à música, para patentear a magnificência do reino celestial, resultando na confirmação da beleza e do prazer da existência terrena, acabando enfim com os restos do ascetismo gótico. Pretendendo transmitir uma mensagem à população analfabeta, o barroco difundiu conhecimento e iluminismo; inspirado pela ciência e pelas descobertas do mundo, o barroco pronunciou a modernidade.

Este é um excerto do texto do catálogo da autoria de:
Madina Zingashina, curadora do projeto ART-MAP Braga 2017