Manuel de Brito refere que os anos 50 foram um período de pobreza franciscana que estava ligado à
política, primeiro os diretores dos museus eram académicos, reacionários,
tínhamos um presidente de conselho que não sabia nada de arte e depositava
confiança num indivíduo chamado Eduardo Malta, que era diretor do que é hoje o
Museu do Chiado, era o Museu de Arte Contemporânea. Ali não entrava ninguém que
não fosse académico como ele era. Ganhar a vida com arte só por encomenda,
sobretudo escultores, e as encomendas eram do Estado Novo, através de António
Ferro, era um individuo sensível e responsável pela propaganda.
O Centro de Arte Moderna da
Fundação Calouste Gulbenkian foi inaugurado em 1983. “Era no tempo em que a
obra de arte moderna quase não tinha aceitação em Portugal”.
Joe Berardo refere em
relação aos museus que a aferição dos artistas nem sempre é a mais acertada e
está sujeita ao gosto do diretor do museu que está a exercer o cargo no
momento.
Julião Sarmento destaca a
falta de um museu de arte contemporânea em Portugal, e o facto de esse papel
ser preenchido por instituições privadas como a Gulbenkian ou Serralves. “Não
há museus; Portugal é o único país europeu que não tem um museu de arte
contemporânea do Estado. O Museu do Chiado é um museu do séc. XIX, é do tamanho
de uma caixa de uma casca de noz.”
Fernando Santos refere que
Serralves está a perder poder, neste momento. Teve um diretor muito importante,
o João Fernandes. Cansou-se, porque as coisas não funcionavam bem e não havendo
verbas para programação as pessoas acabam por desmotivar e cansar-se.
Hargreaves, Manuela – Colecionismo e Mercado de Arte em Portugal,
O Território e o Mapa. Porto: Edições Afrontamento, 2013.
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